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De onde vem a inspiração criativa?
23/03/19
A inspiração criativa vem da capacidade de “conectar os pontos” das coisas.
Num trecho de um discurso hoje já muito conhecido, Steve Jobs comenta sobre o quão impossível é saber como um “ponto” criado hoje vai se conectar com outro ponto lá na frente. Você tem apenas que confiar que um dia os pontos vão acabar se conectando no futuro. Esse trecho do discurso quer fazer uma reflexão específica mais sobre “destino”, mas vou aproveitar a deixa para falar também sobre inspiração.
Jobs prossegue o discurso comentando que, quando ele estava meio à deriva na vida, ele frequentou aulas de cursos totalmente “irrelevantes”, um deles, por exemplo, foi caligrafia (ou tipografia, não lembro exatamente). E que esse conhecimento acabou sendo fundamental para ele inovar as interfaces dos computadores no futuro ao dar a devida importância que a beleza dos textos precisava ter na tela para que o visual interagisse melhor com os usuários.
Ou seja, de mais informação veio uma melhor solução, ou, do conhecimento acumulado veio a solução. Inspiração criativa, na minha opinião, vem disso: da capacidade que as pessoas tem de usar seu repertório pessoal acumulado para dar novas soluções, que é basicamente oque Jobs quis dizer com “conectar pontos”.
Sendo assim, a melhor forma de aumentar sua capacidade de inspirar-se criativamente é aumentar muito a quantidade de pontos que você tem acumulados para que eles se conectem com algo no futuro. Quanto mais pontos você tiver dentro de você maior sua capacidade de fazer conexões entre eles. Então quanto mais informação você acumula mais inspiração vai nascer de você.
Claro que o tipo de informação que você precisa obter depende muito do tipo de inspiração que você precisa ter. Arquitetos, por exemplo, veem muitos projetos de outros arquitetos para acumular pontos que eles conectarão no futuro nos seus próprios projetos: uma solução de projeto vista hoje pode ser excelente para um outro problema que aparece daqui há 5 anos.
Vale aqui uma observação: depois de muitos anos trabalhando no mercado criativo pude notar que nem todas pessoas tem uma tendência natural à curiosidade e à obtenção de novas informações. Gostar de obter novos conhecimentos é um diferencial importante para pessoas que precisam ter inspiração e conectar pontos como “ganha pão” (que é o meu caso), mas isso não quer dizer que todo mundo gosta – tem gente que simplesmente se contenta em saber aquilo que já sabe ou prefere gastar seu tempo com outras coisas, e não acumulando mais informação. Tem gente que é curiosa e tem gente que não é. Observo também que algumas pessoas conectam pontos com mais facilidade – então acumular pontos é apenas uma parte da equação, você precisa também ter a capacidade de conectá-los.